QUAL O SEU ESTILO DE CHOCOLATE?

Chocolate é uma arte. E como tal, segue estilos e padrões diferentes.
Se na arte o clássico se contrapõe ao moderno, nos chocolates duas tendências centrais nos fornecem panoramas diferentes do cacau.
A primeira delas refere-se a um estilo mais tradicional de se fazer chocolate. Muito focada na execução minuciosa dos processos de fabricação, nos remete à arte clássica, na qual o domínio das técnicas nos leva a perfeição.
Processos como a torra, refinamento e conchagem são executados com enorme precisão para obter-se o melhor sabor e a melhor textura.
A busca pelas proporções ideais resulta em um produto harmonioso, equilibrado, com ar de requinte e elegância.
Qualquer incongruência é vista como defeito e, portanto, as adições de manteiga de cacau extra, lecitina ou até mesmo um toque baunilha são bem-vindas para “corrigir” qualquer desajuste. Mas claro, sem esconder a verdadeira essência do cacau – nada de truques baixos como uso de aromatizantes.
Tal estilo é muito inspirado nos chocolates europeus, com textura muito cremosa e um derretimento perfeito na boca. Certamente são chocolates mais delicados e mais suaves e altamente indicados para aqueles que estão se iniciando no mundo dos chocolates com altos teores de cacau.
A maior parte dos chocolates ao leite também se encaixa nesta tendência, que num primeiro momento tem uma aceitação mais fácil.
A segunda tendência busca impactar e se contrapõem à primeira na medida em que os esforços se voltam para retratar de maneira mais simplista a identidade do cacau.
Ela nos remete à arte moderna pois sua execução é mais livre e revela um quê dos sabores da natureza indomada. Ao mesmo tempo que busca um resgate às raízes do chocolate produzido por nossos ancestrais pré-colombianos.
Muitas vezes estes chocolates seguem a máxima “menos é mais” e os chocolate makers evitam a adição de ingredientes diferentes de cacau e açúcar, como as lecitinas e a baunilha.
Os processos são mais rústicos e artesanais e a riqueza pode estar no que poderia ser tradicionalmente considerado uma imperfeição.
Tais chocolates não necessitam de excesso de refinamento e conchagem pois o destaque está no sabor real do cacau. Mesmo a torra muitas vezes é considerada irrelevante, como é caso dos chocolates Raws (crus).
Este estilo vanguardista está muito ligado à revolução Bean to Bar que surgiu nos Estados Unidos no fim dos anos 90. São chocolates intensos, que revelam o prazer no sabor amargo.
Eles podem não parecer “fáceis” num primeiro momento, pois nos convidam a experimentar sensações diferentes. Mas são do tipo que tocam profundamente e têm uma persistência marcante.
Independente de qual estilo siga um chocolate, assim como uma pintura, é como se cada um deles tivesse sua própria personalidade, que geralmente está muito ligada à expressão e habilidade dos chocolate makers, nossos artistas do chocolate.
Tentar explorar e interpretar tais nuances faz da experiência de comer chocolate ainda mais interessante e pode se tornar algo tão extraordinário como contemplar uma obra de arte.
É claro que temos nossas preferências, porém, na arte e nos chocolates, é impossível afirmar que um estilo seja superior ao outro.
Portanto, escolha o chocolate que mais combina com você.
Aqui na Chocolata temos todos os estilos, dos mais clássicos aos mais ousados. Que tal provar algumas destas obras de arte?

Texto escrito pela Expert em chocolates @alessandra_bdias